«Un hombre se propone la tarea de dibujar el mundo.
A lo largo de los años puebla un espacio con las imágenes de provincias, de reinos, de montañas, de bahías, de naves, de islas, de peces, de habitaciones,
de instrumentos, de astros, de caballos, de personas…
Poco antes de morir, descubre que ese paciente laberinto de líneas, traza la imagen de su cara.»
Jorge Luis Borges
Ela sustenta a massa da penumbra e é toda ela redonda como um mundo. Tão contínua no espaço, luz da lua, atmosfera tão íntima do amparo, tão simples, tão tersa e tranquila, primavera da alma imediata, monotonia justa de água nua. Ó perfeita seda concentrada, adorável volume, e tão imersa no imenso e no doméstico num acorde de tesouros densos e suaves que são todo o ser em fluência. Graças a ela a casa tem espessura de sombra e de silêncio e a transparência de um universo, realidade amiga. Ela avança entre as coisas e os sonhos em dádiva incessante, tão humilde que a harmonia se cumpre, absoluta.
Nota
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